Após enfrentar uma série de ataques virtuais nas redes sociais, Roberto Justus e sua esposa Ana Paula Siebert Justus, tomaram medidas legais contra os responsáveis. A repercussão teve início após a publicação de uma foto em que a criança aparece segurando uma bolsa de grife. A imagem gerou uma onda de críticas, algumas delas com teor ofensivo e ameaçador.
Segundo nota oficial divulgada pelos advogados da família ao portal iG, os ataques partiram de perfis identificados e anônimos, que publicaram conteúdos que vão desde injúrias, incitação à violência e ameaças diretas. As postagens foram feitas na plataforma “X”, antigo Twitter.
Ações judiciais em andamento
Diante da gravidade do conteúdo, dois inquéritos policiais já foram solicitados para apuração dos crimes. Na esfera cível, ações de indenização por danos morais estão em curso contra dois autores já identificados, entre eles o professor aposentado da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Marcos Dantas Loureiro. A identidade da segunda pessoa não foi divulgada pela equipe jurídica.
Os processos tramitam na 23ª Vara Cível do Fórum Central e na 1ª Vara Cível de Pinheiros, em São Paulo. Um terceiro processo foi ajuizado na 1ª Vara Cível da Lapa contra a própria plataforma “X”, que deverá fornecer informações para identificar os demais envolvidos.
O Judiciário já concedeu liminar favorável à família, determinando que a empresa forneça dados como IP, e-mails e outras informações que possam levar à identificação dos perfis anônimos. Os autores, uma vez localizados, poderão responder criminal e civilmente pelas publicações.
Solidariedade em primeiro lugar
A família informou ainda que todo e qualquer valor eventualmente recebido como indenização será destinado integralmente a instituições de caridade. A medida, segundo o comunicado, visa transformar a dor sofrida em um gesto de solidariedade.
A equipe júridica de Roberto Justus e Ana Paula Siebert, no entanto, não se manifestou a respeito do valor da indenização exigida, sob a justificativa de respeitar “o sigilo legal aplicável a alguns trechos dos processos”.
Relembre a polêmica
As ofensas começaram a circular após a publicação de uma foto familiar nas redes sociais, em que a filha do casal aparece segurando uma bolsa de marca.
A imagem gerou grande repercussão na plataforma X (antigo Twitter), onde um perfil destacou que o acessório infantil poderia custar cerca de R$ 14 mil. A publicação viralizou, e outros usuários passaram a comentar de maneira agressiva e, em alguns casos, com conteúdo extremamente violento.
Embora o casal não tenha mencionado diretamente quais publicações motivaram a manifestação, algumas capturas de tela que circulam na internet mostram mensagens com conotações ameaçadoras.
Em uma delas, uma pessoa insinua a necessidade de uso de uma guilhotina. Já outra usuária, de forma ainda mais explícita, escreveu algo próximo de “tem que matar mesmo”, mesmo com erros de digitação.
Repercussão e indignação
Diante da gravidade das mensagens, Justus e Siebert decidiram quebrar o silêncio, mesmo afirmando que normalmente evitam se expor em polêmicas nas redes sociais.
“O que ocorreu ontem foi inacreditável”, desabafou Justus em um vídeo publicado nas redes.
“Um professor de universidade pública, uma psicóloga, e outros perfis criticando uma foto nossa. Nossa filha estava com uma bolsinha — que, inclusive, foi um presente, não foi comprada. Mas mesmo que tivesse sido, isso não justifica ataques.”
O empresário classificou o episódio como “insano” e questionou o nível de agressividade presente nos discursos online.
“Falaram que tinha que matar nossa filha. Que país é esse em que estamos vivendo?”, questionou, visivelmente abalado.
Ameaças não ficarão impunes
Ana Paula reforçou o repúdio aos comentários de ódio.
“Estimular violência, promover discursos de morte… isso é inadmissível. Por isso resolvemos nos posicionar. Não podemos normalizar esse tipo de conduta na internet”, afirmou.
“Vamos buscar nossos direitos. Já acionamos nossos advogados. Essas ameaças não ficarão impunes”, garantiu Justus, que também lamentou a postura de quem, segundo ele, destila ódio gratuito.
“É triste ver gente tão amarga desejando mal a uma criança por um motivo tão fútil. Mas não vamos nos calar.”