A briga entre os Poderes no Brasil tem sido chamada de luta insana.
Vamos tomar emprestada uma frase dita no WW desta segunda-feira (7) por um dos nossos convidados, o professor Marco Aurélio Nogueira: “O que mais impressiona é a incapacidade das partes em litígio de avançar rumo a um consenso com sentido estratégico, que ponha em foco os interesses maiores do país.”
As partes em litígio são Executivo e Legislativo, envolvidos numa crise inédita com foco sobretudo nas eleições do ano que vem.
Para complicar, caiu no colo do STF a função de conciliar e criar consenso. Não é para isso que o Supremo existe. Muito menos para ser uma espécie de poder Moderador, com capacidade de governar o país. Na raiz dessa falta geral de foco nos interesses maiores do país está um grave problema: a ausência de lideranças — não só na política.
Vendo as coisas desse modo, não é surpresa que o Congresso trate sobretudo de si mesmo e de como se apropriar do Orçamento via emendas — é onde a Polícia Federal foi bater nas portas hoje, querendo saber para onde de fato vão.
Nem é surpresa que um Executivo impopular vista a fantasia de justiça tributária, quando se esforçou, desde que assumiu, sobretudo em arrecadar — e para atender à expansão de gastos que se recusa a cortar.
E olhem que, mesmo com toda essa bagunça geopolítica lá fora, ou talvez por causa dela, o mundo ficou mais perigoso, mas está abrindo oportunidades para nós. E nós, nos esforçando aqui dentro para perdê-las — além de não resolver nossos problemas. Paralisados numa briga pelo poder sem foco.
Fonte: CNN Brasil