O comitê criado pelo governo brasileiro para negociar as tarifas comerciais norte-americanas já realizou, pelo menos, 27 reuniões desde que foi criado até a última sexta-feira (1°).
Desse total, três encontros registraram a presença de empresas norte-americanas. Entre os agentes participantes, estavam representantes da Meta, Amazon, Apple e Google. A reunião de 29 de julho também contou com a participação de William Kimmitt, da Secretaria de Comércio dos Estados Unidos.
As reuniões do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais registraram a participação de 162 representantes públicos, 225 representantes privados e 123 entidades privadas (empresas, associações, federações), segundo dados obtidos pela CNN.
O comitê foi criado após o anúncio da tarifa norte-americana de 50% sobre as importações brasileiras, em 9 de julho. O colegiado substituiu o grupo de trabalho criado em março entre o Brasil e os EUA, quando as negociações se davam em torno de tarifa adicional cuja alíquota, até então, era de 10%.
Após 9 de julho, o vice-presidente Geraldo Alckmin teve duas reuniões com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, segundo o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).
Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve conversar com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. A conversa ainda não tem um dia exato para acontecer, mas o chefe da pasta econômica afirmou que estaria disposto a fazer uma reunião presencial.
A ideia da conversa entre Haddad e Bessent é preparar uma possível reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente norte-americano, Donald Trump. Na última sexta-feira (1°), o presidente dos EUA disse que o petista poderia ligar a “qualquer momento”.
Tarifa de 50%
Cerca de 700 produtos ficaram de fora da lista do tarifaço de 50% contra o Brasil, o equivalente a 44,6% das exportações brasileiras ao país. Entre as exceções, estão aviões, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de ferro.
Cálculos do MDIC mostram que a tarifa adicional de 50% incidirá sobre 35,9% das exportações brasileiras para os Estados Unidos. A taxa entra em vigor em 6 de agosto.
Além disso, 19,5% das exportações brasileiras para os EUA estão sujeitas a tarifas específicas, aplicadas a todos os países. No caso de autopeças, por exemplo, a alíquota é de 25%, aplicável a todas as origens.
Fonte: CNN Brasil