Após participação em um encontro de líderes progressistas em Santiago, capital do Chile, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou comentar diretamente sobre a situação judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Questionado em entrevista coletiva, Lula reforçou que não pretende interferir em processos conduzidos pelo Judiciário brasileiro.
“Ele está sendo julgado, está sendo denunciado. Ele pode ser absolvido, ele pode ser culpado. É um problema da Justiça. Eu não me meto nisso”, afirmou Lula nesta segunda-feira (21).
Lula também comentou sobre a guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos, sob o governo de Donald Trump, contra o Brasil. O presidente brasileiro relacionou a atuação do republicano à defesa de Bolsonaro e criticou tentativas de politizar decisões judiciais.
“Quem sou eu para tomar a decisão diante da Suprema Corte? O cidadão que ele defende está sendo julgado por um crime que cometeu, que está nos autos do processo, dito por eles próprios, não é por mim”, disse Lula, ao mencionar Trump.
Em outro momento, Lula destacou que o compromisso com o regime democrático precisa vir acompanhado de respeito às diferenças e combate à desinformação.
“O que importa é que ele respeite o direito dos outros. Que ele não seja mentiroso, que não utilize fake news e que não fique vendendo o gabinete do ódio 24 horas por dia. Isso é democracia e o respeito”, declarou.
Encontro internacional
Lula está no Chile a convite do presidente Gabriel Boric para participar de um evento com outras autoridades, para tratar de assuntos como: defesa da democracia e do multilateralismo; o combate às desigualdades; e o enfrentamento à desinformação e as tecnologias digitais.
Também integram o grupo o presidente da Colômbia, Gustavo Petro; o presidente do Uruguai, Yamandú Orsi; e o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez.
A reunião aconteceu em meio à decisão dos Estados Unidos em taxar em 50% as exportações de produtos do Brasil e revogar o visto de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Em discursos e entrevistas sobre o tema nesta semana, Lula defendeu assiduamente a soberania nacional brasileira.
Outra edição da reunião está prevista para ocorrer durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, em setembro deste ano.
Fonte: CNN Brasil