O setor mineral, apontado como peça-chave nas negociações com o governo de Donald Trump, se organiza para ir aos Estados Unidos e tratar da tarifa de 50% diretamente com autoridades americanas.
A ideia foi apresentada nesta segunda-feira (21) pelo diretor-presidente do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), Raul Jungmann, em reunião com o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, e recebeu apoio do governo federal.
Participaram da reunião representantes de 18 mineradoras, incluindo ArcelorMittal, Anglo American, Samarco e Vale.
O governo federal já havia se reunido com o setor na semana passada, em meio aos esforços para encontrar soluções às tarifas impostas pelos EUA.
Apesar de ainda estar na fase de planejamento, a ideia é que as empresas brasileiras se reúnam com companhias e autoridades do governo americano.
O intuito do setor é conseguir algum tipo de tratamento especial para os minerais brasileiros no contexto das tarifas. O argumento na mesa de negociações será de que o setor mineral dos EUA e do Brasil são complementares.
A missão também pode contar com representantes de outros segmentos do setor privado.
Ainda no encontro desta segunda-feira, Alckmin disse às mineradoras que o foco do governo, neste momento, é conseguir mais prazo para a entrada em vigor das tarifas, entre 60 e 90 dias, para que haja tempo hábil para negociar. A sobretaxa está prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto.
O encontro aconteceu no contexto do comitê interministerial criado pelo governo para formular a resposta brasileira à tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre a importação de produtos brasileiros.
A ideia do Planalto é aproveitar a interlocução e o acesso dos empresários ao mercado dos EUA para alinhar o discurso entre os setores público e privado e definir a melhor estratégia de negociação.
Alckmin argumenta que, antes de o governo tomar qualquer decisão, é fundamental ouvir o setor privado, que mantém interlocução direta com o mercado norte-americano.
Fonte: CNN Brasil