O MPRS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) denunciou dois soldados e um major da Brigada Militar pela morte de um soldado de 28 anos durante um treinamento em novembro de 2022. Os três foram denunciados por homicídio culposo — quando não há intenção de matar.
Segundo o MPRS, Lucas Aquino de Oliveira morreu afogado durante instrução aquática no curso de especialização do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), em Porto Alegre.
De acordo com a denúncia oferecida à Justiça Militar, os três policiais atuavam como instrutores da disciplina de natação e determinaram, após o encerramento da aula, que os alunos retornassem ao Rio Jacuí.
Naquele momento, já havia sido feita a retirada dos equipamentos de segurança como barcos de apoio, boias de delimitação, além da dispensa dos bombeiros militares. Conforme o MPRS, a nova atividade seria uma punição por terem esquecido de guardar o material corretamente.
A denúncia destacou que a vítima e os demais alunos foram obrigados a entrar novamente na água com todo o equipamento, “incluindo fuzil, em local profundo, de água fria e turva, com expressiva quantidade de material orgânico no fundo (galhos e tronco de árvores)”.
Além disso, eles também não possuíam aparato mínimo de segurança, conforme o órgão, uma vez que os monitores não tinham formação específica em mergulho e os bombeiros tinham sido previamente dispensados.
“A atividade foi realizada sem as condições mínimas de segurança, demonstrando imperícia, negligência e imprudência por parte dos denunciados”, afirmou a promotora de Justiça Janine Borges Soares, responsável pela denúncia.
Durante a atividade, Lucas submergiu e não retornou à superfície. O corpo foi localizado cerca de 30 minutos depois, a seis metros de profundidade, preso a galhos.
A CNN procurou a Brigada Militar, mas, até o momento, não teve retorno.
Fonte: CNN Brasil